Campo Verde completa 31 anos de emancipação política e administrativa no dia 4 de julho. A data marca mais um capítulo de uma longa história escrita por muitas mãos e que teve seu início há mais de 130 anos.

As primeiras páginas dessa história foram escritas pelos mineiros, quando em 1886, as famílias Borges e Fernandes, vindas da cidade de Bagagem, hoje Cruzeiro do Sul, se instalaram à margem direita do Rio São Lourenço criando a fazenda Buriti dos Borges e, em seguida, à margem esquerda do Rio das Mortes, a Fazenda Deputado.

As duas propriedades, que se tornaram referência para viajantes e aventureiros, até hoje pertencem aos descendentes de Diogo Borges e Zeca Camilo Fernandes, líderes da aventura que deu início à ocupação do cerrado.

Após a chegada dos mineiros, a região foi palco de passagem de um dos mais importantes personagens da história de Mato Grosso: Cândido Mariano da Silva Rondon. Patrono das telecomunicações do Brasil, Rondon liderou, juntamente com o general Gomes Carneiro, a construção da primeira estação telegráfica do interior do estado, na comunidade de Capim Branco. Era o ano de 1896.

Distante 25 quilômetros da área urbana, a comunidade, que abriga o Museu da História de Campo Verde Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, foi palco da passagem da Coluna Prestes, movimento político-militar liderado por Luiz Carlos prestes entre 1924 e 1927, que entrou para a história do Brasil.

Antes porém, a região recebeu outros importantes personagens que contribuíram com a história de Campo Verde, como os nordestinos que em 1902 vieram do Crato (CE) e se instalaram na região da Ponte Alta.

Além do trabalho no desbravamento da região e no cultivo do solo do cerrado, os cearenses deixaram um legado de trabalho, de fé e de religiosidade. Passados 117 anos, seus descentes ainda cultivam a tradição de todos anos realizarem uma festa em louvor a São Francisco de Assis, onde os alimentos, generosamente, são distribuídos gratuitamente aos participantes.

Atraídos pela possibilidade de uma vida melhor, mato-grossenses, goianos, paulistas e migrantes de outros estados do Brasil também foram chegando ao longo dos anos e ocupando as terras do vale do Rio São Lourenço, contribuindo com o desenvolvimento da região e imprimindo nela um pouco dos seus costumes e tradições.

A história de Campo Verde continuou a ser escrita na década de 1960, dessa vez por mãos sulistas. Gaúchos, paranaenses e catarinenses, deixaram suas terras natal e se instalaram na região então conhecido como “Vista Alegre”, ou “Entroncamento da BR-070”, onde havia um pequeno comércio que pertencia a um goiano conhecido por “Duca”.

Estrategicamente localizado, o lugar dava acesso à Cuiabá pela MT-140, passando por Chapada dos Guimarães; à Dom Aquino e Jaciara, pela MT-344, e era cortado pela BR-070, que liga Goiás à região Oeste de Mato Grosso, também passando por Cuiabá.

A localização contribuiu com o progresso do lugar, que se acelerou depois que, cerca de seis após a chegada dos gaúchos um posto de combustível foi instalado no entroncamento das rodovias e lavouras de arroz começaram a ser cultivadas. Foi o pontapé inicial para que se começasse a escrever o mais importante capítulo da história de Campo Verde.

Com garra e muita vontade de vencer, os sulistas se juntaram aos goianos, mineiros e mato-grossenses que já haviam se instalados na região ao longo de quase um século e deram início à formação do município.

Dominado o cerrado, as lavouras ocuparam o solo, proporcionando fartas colheitas. Com elas, vieram as riquezas e a vontade de transformar o então distrito de “Posto Paraná”, em uma cidade que fosse dona do seu próprio destino.

Surgia assim a ideia emancipacionista, que tinha como objetivo desmembrar o distrito de Dom Aquino. Com a determinação, a garra e a coragem que sempre caracterizou o povo que escolheu a região como sua morada, em 4 de de julho de 1988 foi criado o município de Campo Verde através da Lei 5.314.

A cidade era enfim, dona de seus próprios destinos e aqueles que lutaram para essa conquista souberam valorizar todo o trabalho e esforço dos pioneiros: Campo Verde cresceu, progrediu, se modernizou e se transformou com orgulho em um verdadeiro celeiro de produção, destacando-se no cultivo do milho safrinha, da soja, do algodão, na agricultura familiar e na qualidade de vida.

A todos aqueles que aqui chegaram, desde o final do século 19 até os dias de hoje, e que com trabalho, amor e garra, ajudaram a construir essa história – que ainda não está concluída, os mais sinceros agradecimentos da Administração Municipal de Campo Verde.

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