Pequenos produtores assentados da Reforma Agrária investem na produção de frutas e legumes e estão conseguindo bons resultados[divider]

O cultivo de frutas, como a melancia, é uma das atividades na propriedade de Cícero Mariano

Último projeto da Reforma Agrária a ser implantando em Campo Verde, o Assentamento Dom Osório, a cerca de 70 quilômetros da cidade, já começa a dar sinais de que, em breve, poderá se transformar em um exemplo de produtividade.

Apesar de todas as dificuldades impostas pela falta de estrutura adequada, especialmente a pouca oferta de água, pequenos produtores estão mostrando que são capazes de retirar de suas áreas, legumes e frutas em quantidade capaz de garantir o sustento das famílias e a melhoria da qualidade de vida.

Um deles é Cícero Mariano da Silva. Em seis hectares de sua propriedade, ele dá um verdadeiro exemplo de diversificação e confirma, na prática, o ditado popular que aconselha a não “colocar todos os ovos em um único cesto”.

Seguindo a risca o que prega o conselho e para atender a demanda dos consumidores, ele cultiva maracujá, banana, mamão, tomate, vagem, berinjela, melancia, jiló e quiabo, além de cebolinha e salsinha. Toda a produção é vendida para os mercados de Cuiabá, Várzea Grande, Campo Verde e de outras cidades da região.

Mas para que todas as culturas possam produzir satisfatoriamente é preciso – além do adubo e de outros tratos culturais – água em abundância, Cícero Mariano não pensou duas vezes: Investiu na perfuração de um poço semiartesiano e num sistema de irrigação por aspersão e por gotejamento. Assim, mesmo que a seca seja rigorosa, os canteiros de sua propriedade estão sempre verdes. E produtivos.

O casal Nego e Noêmia está animado com o cultivo do maracujá

Satisfeito com a atividade, Cícero Mariano não revela o quanto ganha com a produção de frutas e legumes, mas garante que está satisfeito com os resultados obtidos. “Se eu não estivesse, não estaria investindo”, afirma, adiantando que pretende aumentar a área de cultivo, especificamente a de tomate.

Também morador do Assentamento Dom Osório, Jesumir Rodrigues dos Santos, o “Nego”, concilia as atividades no sítio com o trabalho de carreteiro, para aumentar a renda mensal. Com a ajuda fundamental da esposa Noêmia Souza Lisboa no cultivo de uma área de menos de meio hectare de maracujá.

A produção de tomate é um dos carros-chefe na propriedade de Cíceo Mariano

A primeira colheita começou a ser feita há poucos dias e a qualidade, o tamanho dos frutos e a produtividade impressionam. O preço também ajuda a animar ainda mais o casal: Cada caixa está sendo vendida a R$ 35. “O resultado está sendo ótimo”, destaca “Nego”. “Vou até aumentar a área”, revela, adiantando que vai plantar mais meio hectare.

Para resolver o problema da falta de água, “Nego” e Noêmia investiram R$ 5,5 mil na perfuração de um poço semiartesiano. Com isso, eles poderão diversificar a produção e irrigar uma pequena plantação de banana maçã e da terra que também cultivam na propriedade.