IMG_3101Apesar de todos os esforços da equipe da Vigilância Ambiental e das campanhas de conscientização, o número de casos de dengue em Campo Verde chegou a números preocupantes, que colocam a cidade em estado de alerta.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, em 2014 foram registrados 64 casos da doença. Em 2015, este número saltou para 246 até outubro. Cinco casos suspeitos de zyka vírus também foram registrados no período.

Esse crescimento se deve a fatores como lixo, resto de construções e entulho jogados em terrenos baldios, e também à resistência dos moradores ao trabalho dos agentes de combate a endemias. “O pessoal acumula muito lixo e não deixa a gente entrar”, observa Elaine Aparecida Lopes Alves, que trabalha como agente há quatro meses.

Para reduzir o número de casos e evitar que a dengue se transforme em epidemia, a exemplo do que está acontecendo em outras cidades do Brasil, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Verde vai intensificar as ações e unir forças no combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite também o zyka vírus, responsáveis pelos casos de microcefalia, e a febre chikungunya.

Uma verdadeira “força-tarefa” vai atuar de forma mais intensa na conscientização e na prevenção da doença. Porém, o agente mais importante nesta verdadeira batalha contra o mosquito é a população. Se não houver engajamento dos moradores de Campo Verde, a batalha contra o inseto será perdida.

Embora todos os bairros, de acordo com a diretora da Vigilância Ambiental Carla Vargas, estejam sendo atendidos pelos agentes de endemia, a resistência das pessoas em receber os profissionais prejudica a eficácia dos serviços. “Nós temos essa dificuldade, a dificuldade dos moradores estarem deixando os agentes fazerem esse trabalho de prevenção. O nosso principal objetivo é trabalhar com a prevenção”, frisou ela.

A maior resistência, de acordo com a agente de combate a endemias Elaine Aparecida Lopes Alves, acontece na região central da cidade, onde 87 casos de dengue foram registrados somente este ano. “Hoje a nossa maior dificuldade é as pessoas deixarem a gente visitar as casas”, afirma.

Como não pode entrar, o agente acaba não realizando seu trabalho. “E isso é ruim porque dentro dessas casas é aonde a gente encontrou os maiores focos da dengue por realmente não deixarem a gente entrar para a gente poder estar fazendo a nossa vistoria, estar fazendo o nosso papel de vigilante. E isso não está acontecendo na nossa cidade. Por isso o número grande de focos da dengue”, observou.

E quando os agentes são autorizados a entrar, os moradores, segundo Elaine, querem que eles façam o papel que deveria ser de responsabilidade dos donos das casas. “Infelizmente hoje acontecendo que o morador pede para que a gente retire o lixo da casa dele e coloca a responsabilidade em cima da Prefeitura”, observou.

De acordo com a secretária de Saúde Sandra Badoco, dos 31 bairros existentes em Campo Verde, 15 estão em situação de alerta e 16 onde o cenário é considerado de risco. “Nós estamos bastante preocupados com a situação da dengue”, admitiu.

E para que esses números não aumentem, Poder Executivo, Câmara de Vereadores, Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e entidades religiosas, vão atuar em conjunto para combater o Aedes aegypti. “Vamos unir as forças para que juntos nós possamos fazer um trabalho mais eficaz, um trabalho realmente de combate a esse mosquito”, disse Sandra.

Durante uma reunião realizada nesta segunda-feira (30), no Plenarinho da Câmara de Vereadores, algumas estratégias foram definidas, como a intensificação das vistorias, a realização de pit stop com panfletagens nas ruas da cidade e teatro nas escolas. “Nós estamos com várias ações propostas que iremos iniciar no dia de hoje para que nós possamos não aumentar e não termos um surto de dengue no nosso município”, disse Sandra Badoco.

Para que o combate possa ser feito em todas as casas, a Secretaria de Saúde, se preciso, terá o apoio da Polícia Militar, que também atuará repassando informações e conscientizando a sociedade, mas, se necessário, a PM agirá com rigor para que os agentes possam realizar o seu trabalho. “Se o cidadão não deixar entrar a gente vai conversar, explicando as consequências. E, se tiver também incidência, denúncia, de que nessa casa pode haver foco de dengue, a gente vai encaminhar o morador até a delegacia”, informou a tenente-coronel Claice, comandante da Polícia Militar em Campo Verde.

O prefeito Fábio Schroeter também destacou a importância da participação dos moradores no combate a dengue e frisou que caso isso não ocorra, nada do que for feito pelo Poder Público vai surtir efeito. “Nós precisamos que todos tenham essa consciência de que é um problema da sociedade, da comunidade. Tudo bem que a obrigação de combater, de fiscalizar de ter os agentes, é do Município, mas a população como um todo está sendo prejudicada. É preciso que a população entenda isso e nos ajude a fazer esse combate”, disse ele. (Valmir Faria – Supervisor de Comunicação/ASCOMCV)

Categorias: noticias

Sobre o autor