IMG_1152-1Durante um mês, alunos das Escolas Públicas das Redes Estadual e Municipal de Campo Verde puderam, de forma lúdica, entender a transformação e o processo de aceitação pelos quais passam as pessoas de acordo com cada fase de suas vidas.

Através da técnica da “contação de história”, a atriz e diretora de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, Emanuelle Calgaro, fez a leitura dramática do livro “Cabelo Ruim”, da autora Neusa Baptista, e que conta a história de três meninas aprendendo a se aceitar.

Interpretando a personagem “Boneca”, Emanuelle começou a percorrer as escolas no dia 11 de agosto. “Foram realizadas nesses período 24 apresentações em 13 escolas, com uma média de 200 crianças por apresentação, totalizando 4,8 mil expectadores”, contabilizou a atriz. As apresentações foram feitas também nas creches e nas escolas da zona rural.

Durante as apresentações, Emanuelle pode constatar as dificuldades e os problemas enfrentados por diretores, coordenadores e professores. “Eu já tinha essa opinião e, vivenciando agora, reafirmou: eles são verdadeiros heróis”, observou.

Essa observação, de acordo com a atriz, pode ser feita através da situação de cada escola. “Percebi realidades diferentes, com professores felizes e satisfeitos, entregues completamente à arte de ensinar, mas também percebi professores, pais e alunos completamente desmotivados”, observou.

Segundo ela, essa desmotivação reflete no comportamento dos alunos, que acabam tornando-se alienados da realidade que os cercam e perdendo o senso criativo. “Ansiosos, desatentos, praticamente incapazes de ouvir; desprovidos de atenção, educação e disponibilidade para o novo e contaminados pela tecnologia de celulares com seus sinais wi-fi, [tornam-se] inconscientes completamente de seus próprios sentidos, de suas reais necessidades, desafiando o dia-a-dia do viver escolar como uma tarefa árdua, interminável e completamente sem sentido”, desabafou.

E essa falta de motivação, na visão de Emanuelle, faz com que crianças e adolescentes se desenvolvam “vivenciando o conhecimento de maneira virtualmente rasa e vazia”, sem fantasias, sem criatividade. “Me pergunto se ainda sonham? se sabem o que é ser criativos?”, questionou.

Conforme destacou Emanuelle Calgaro, a intenção ao realizar a leitura dramática do livro “Cabelo Ruim” era utilizar a arte e a cultura como ferramenta de acesso, democratização e sensibilização de sentidos como a criatividade, que, segundo ela, estão sendo deixados de lado.

Segundo ela, crianças e adolescentes estão “anestesiados pela ansiedade, pela tecnologia e pela falta de consciência de si mesmo e de seus verdadeiros quereres”. “E também modificar o paradigma de uma sociedade movida pela mídia de massa, que faz ser legal, descolado, o que aparece na novela, fazendo apologia ao sexo, às drogas e à violência. A semente foi plantada e, obrigatoriamente terá de ser colhida. Espero que de uma forma consciente, tranqüila e proveitosa”, observou.

No próximo ano, Emanuelle, que agradeceu o apoio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, pretende levar às escolas outras histórias que abordam temas como discriminação, bullyng e demais formas de abuso contra crianças, jovens e adolescentes. (Valmir Faria – Supervisor de Comunicação)

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