Lenda viva do judô brasileiro e referência como treinador, o sensei Uitiro Umakakeba está em Campo Verde, onde será homenageado nesta segunda-feira (23) com uma Moção de Aplauso concedida pela Câmara de Vereadores e se impressionou com o nível dos judocas e com o trabalho que é desenvolvido na cidade na formação de atletas.
Bicampeão brasileiro, bicampeão brasileiro universitário e campeão ibero-americano nos anos de 1970, em 1990 Umakakeba criou em Bastos (SP), cidade onde mora, um centro de treinamento intensivo que recebe judocas de academias de todo o Brasil.
Como técnico, sensei Umakakeba já treinou atletas brasileiros de ponta e até medalhistas olímpicos. “Eu tive a felicidade de ter treinado muitos atletas. Eu tive o Tiago Camilo, que até hoje faz parte da seleção. Tem um como técnico da seleção: Mario Tsusui, que é o comandante da seleção feminina”, relacionou. Tiago Camilo foi três vezes campeão pan-americano e é vice-campeão olímpico.
Com todo esse currículo, Umakakeba se impressionou com o nível do judô praticado em Campo Verde e com o trabalho que é feito pelo Projeto Caminho Suave. “Realmente a gente fica muito assustado de, nessa região, que para nós de São Paulo, é muito longe, distante, desenvolver um trabalho que desenvolve o Clebinho”, disse.
Décimo dan, graduação mais elevada do judô e único no Brasil nesta posição, sensei Umakakeba assistiu a última etapa do Campeonato Mato-grossense de Judô, disputada neste final de semana em Campo Verde. “Realmente está de parabéns o Clebinho, o trabalho da prefeitura, do prefeito, em trazer um campeonato de nível pra cidade. Realmente estou muito assustado”, reiterou.
Mesmo conhecendo judocas mato-grossenses como Clebinho, Fabiano e José Roberto Teruel e vários outros que já passaram por seu centro de treinamento no interior de São Paulo, Uitiro Umakakeba foi franco em dizer que não esperava encontrar em Mato Grosso um judô como o que pode presenciar durante a última etapa do campeonato estadual, e nem mesmo um projeto social como o Caminho Suave.
“Eu imaginava muito ânimo no judô por causa do Clebinho, que eu conheço há algum tempo, mas de ter força para realizar um campeonato com os materiais, com a diretoria (da Federação Mato-grossense de Judô), com muita gente participando, eu não sabia”, surpreendeu-se. Quanto o Projeto Caminho Suave, sensei Umakakeba frisou que é uma iniciativa que todo professor de judô deveria ter. “Alguns professores realmente se propõem em fazer um judô verdadeiro, que é o judô social, que é o que o Clebinho faz”, frisou.
Com quase seis décadas de judô, Umakakeba entende que esse esporte deve ser socializado e nunca elitizado. “O judô tem que ser assim: de todo lado. Aí, de repente, aparece um talento. Então com isso o judô brasileiro cresce”, frisou. (Valmir Faria – Supervisor de Comunicação-ASCOMCV)
