2Em Mato Grosso e no resto do Brasil, poucas cidades consideradas pequenas, possuem UTI Móveis para remoção de pacientes em estado grave para centros maiores, onde há mais recursos de atendimento. E Campo Verde pode ser considerado uma exceção.

Graças à determinação e a preocupação da Administração Municipal em proporcionar um atendimento ágil, capaz de evitar o pior, a cidade, desde julho do ano passado, conta uma UTI Móvel, que nesse período salvou dezenas de vidas.

De acordo com relatório da Secretaria Municipal de Saúde, entre julho e dezembro de 2014 foram transportadas pela UTI Móvel 66 pacientes. Desses, apenas um faleceu no trajeto entre Campo Verde e a unidade hospitalar de destino.

Em janeiro de 2015 foram sete pacientes transportados. Entre julho e janeiro, 19 pessoas foram removidas entubadas, ou seja, apresentavam quadro clínico grave e respiravam com a ajuda de aparelhos.

Os casos em que houve mais pacientes transportados foram traumatismo craniano (14), gestantes em trabalho de parto (7) e recém-nascidos prematuros (6). Nove pacientes foram transportados por causas diversas.

O baixo número de óbitos registrado é atribuído à rapidez no transporte. Antes, remover um paciente para Cuiabá ou Rondonópolis poderia demorar até seis horas ou mais a partir da liberação da vaga. Agora, o mesmo trajeto pode ser feito em menos da metade do tempo.

De acordo com a equipe que trabalha na UTI Móvel, com a vaga liberada o paciente é preparado em cerca de 20 minutos e o tempo de deslocamento entre Campo Verde e Cuiabá, por exemplo, é de menos de duas horas. Um ganho considerável que pode representar a diferença entre a vida e a morte.

E só quem perdeu um parente ou um amigo por falta de uma UTI Móvel para fazer a remoção para um centro maior sabe o que é isso. Em uma rede social, o internauta Jeovane Patrício dos Santos relata sua experiência com o pai, que sofreu um infarto em dezembro de 2013 e teria que ser levado para Cuiabá ou Rondonópolis urgente.

Segundo ele, o pai deu entrada no Hospital Municipal Coração de Jesus às 6h00 e como não havia UTI Móvel disponível, Santos começou uma longa procure por um veículo para transportar o pai. Empresas particulares pediram R$ 10 mil para fazer a remoção. Somente às 23 horas, Santos conseguiu levar o pai para Rondonópolis em uma Unidade Móvel paga pelo Município.

Medicado, o pai do rapaz voltou para casa, porém, 40 dias depois, faleceu. “Pensa agora um pouco como seria se tivesse uma UTI Móvel em Campo Verde. Pensa agora como é estar numa situação dessas e não poder fazer nada”, comentou ele na rede social.

Comprados pelo Município com recursos próprios, que seriam utilizados na realização do carnaval de 2014, os equipamentos foram instalados em uma ambulância que já pertencia à Secretaria Municipal de Saúde. Para evitar falhas, todos foram adquiridos em duplicata.

Essa medida foi essencial no socorro a mais de 10 pessoas vítimas de um acidente na BR-163, próximo a Serra de São Vicente em meados do segundo semestre de 2014. Com os equipamentos reserva, uma UTI Móvel foi montada em uma viatura comum, proporcionando que as vítimas pudessem ser transferidas para centros maiores com segurança, sem o risco de perderem a vida.

Os equipamentos foram adquiridos por ordem do prefeito Fábio Schroeter. A iniciativa do gestor foi aprovada pela maioria da população e elogiada por moradores de outras cidades. Segundo eles, atitudes como esta deveriam servir de exemplo para outros gestores municipais. “Nós sabemos que o carnaval faz parte da cultura brasileira, mas precisamos pensar que a saúde é mais importante, por isso tomamos essa decisão”, disse o prefeito. (Valmir Faria – Supervisor de Comunicação)

Quadro de atendimento UTI Móvel

2014: Julho: 13 – Agosto: 10 – Setembro: 7 Outubro: 12 – Novembro : 10 – Dezembro: 14

Total: 66

2015: Janeiro: 7

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